Grupo Bordeaux confraterniza

Na noite de ontem, 26 de novembro, nosso grupo de casais, doravante denominado Grupo de Bordeaux, reuniu-se mais uma vez para rememorar as maravilhosas férias que juntos passamos na França. Todos estavam presentes, sem exceção, e fomos muito gentilmente recebidos na aconhegante e aprazível residência do casal Gerd & Lou. O local, carinhosamente chamado de Alemolândia pelos próprios anfitriôes, tinha logo na entrada uma placa com um desenho informando "Hertzlich Wilkommen", e foi assim que fomos recebidos, "bem vindos de todo o coração". Após os abraços e beijos próprios de um reencontro tão desejado, Mestre Gerd brindou a todos com o primeiro espumante, ao qual se seguiu mais outro e depois maravilhosos vinhos tintos de sua adega particular. E o papo rolou livre e solto, com brincadeiras, piadas e também muita conversa sobre nossa viagem e outras a serem realizadas. O jantar foi servido à francesa, com entrada, prato principal e sobremesa, tudo feito pelas sábias e perfeccionistas mãos da Chef Loulou. Ao encerramento, a troca de pequenas lembranças foi de repente ofuscada pela surpresa da noite: Loulou nos presenteou com um livro contendo as principais fotografias de nossa viagem, todas comentadas por ela mesma e trazendo um resumo inesquecível das férias na França. Foi um momento especial, dentre os tantos que nossa amizade já nos proporcionou. E todos voltaram felizes para as suas residências, tendo ampliado ainda mais a nossa fraternidade eno-gastronômica-turística-cultural... e o que mais?

Ste-Cirq-Lapopie, um pequeno paraíso medieval

A aldeia de Saint-Cirq-Lapopie é empoleirada num penhasco de 100 m acima do rio e é um dos pontos principais da beleza do Vale do Lot.
Na Idade Média, Saint-Cirq-Lapopie foi a principal cidade de uma das quatro que compunham os chamados Viscondados Quercy. Foram divididos entre quatro dinastias feudais, a Lapopies, Gourdons, Cardaillacs e Castelnaus. A aldeia era dominada por uma fortaleza, composta de uma série de castelos e torres.
Abaixo da fortaleza, as ruas da vila descem para portões fortificados. Muitas casas têm histórico de pedra ou frentes de enxaimel voltando aos séculos 13 a 16. As casas são cinzentas e tem íngremes telhados. As casas de frente para a rua estão separadas por um espaço estreito chamado entremi, que levam a água da chuva e dos resíduos de pias e vasos sanitários. Alguns nomes de rua têm mantido a memória dos ofícios que foram uma vez a riqueza de Saint-Cirq-Lapopie.
Muitos pintores vieram morar e trabalhar em Saint-Cirq-Lapopie. Primeiro, o pós-impressionista Henri Martin, em seguida, os surrealistas como o poeta André Breton, que disse que ele não iria querer morar em outro lugar.
Sob o penhasco Lapopie Saint-Cirq há moinhos, açudes, portos, eclusas que recordam os dias em que o transporte fluvial era a glória do Vale do Lot. É uma das aldeias mais belas e charmosas da França, com igreja do século XV e as muitas casas de madeira no penhasco.

Passamos um dia maravilhoso por lá, passeando entre as ruelas seculares e fazendo a imaginação peregrinar pelos tempos idos. É a visão de um passado esplendoroso e que agora pode ser apreciado na vida real.

Ali também pudemos saborear os queijos de cabra e os famosos vinhos Cahors, que levam o nome da cidade vizinha.

"Uma Peruca em Férias", o filme. Estrelando:

Sem dúvida, foi uma festa de arromba...
Não a esqueceremos tão cedo.

Sarlat

Sarlat é uma das muitas cidades charmosas da região da França conhecida como Perigord Noir. Essa pequena cidade, que se desenvolveu a partir do século IX, é até hoje um importante mercado regional, e suas especialidades são o fois gras e as trufas pretas. Essas duas delícias da culinária francesa são um assunto para mais tarde, mas o que nos atraiu a esta cidade foi o fato de estar extremamente bem preservada, com construções românicas, medievais e renascentistas espalhadas por vielas estreitas e encantadoras.
Chegamos em Sarlat à tarde, e fomos direto conhecer o centro histórico. Passear por aquelas ruas foi como voltar séculos no passado, porém a imaginação acabou indo até o futuro: inevitável pensar em passar alguns anos em um lugar assim, cheio de história e beleza. Em Sarlat aumentou ainda mais nossa profunda admiração pela maneira como a história, a arte e a arquitetura foram conservadas neste país. Continuamos caminhando aleatoriamente pelas ruelas, e em cada esquina que virávamos ficávamos admirados com o conjunto arquitetônico da cidade, todo em tom de pedra ocre, uma cor quase dourada que também é típica da região. Mais um daqueles passeios inesquecíveis...

Para saber mais sobre Sarlat, visite o site da cidade: http://www.sarlat-tourisme.com/en/

Canoagem no rio Dordogne

Em outro dia de passeios pelo sul da França, paramos para descansar e fazer um lanche à beira do rio Dordogne. O rio nasce nos flancos do Puy de Sancy (1 885 m) nas montanhas de Auvergne, a partir da confluência de duas pequenas torrentes acima da cidade de Mont-Dore: o Dore e o Dogne. Ele flui normalmente cerca de 500 km a oeste através de Limousin e Périgord, antes de desaguar no Gironde. Finalmente desemboca no Oceano Atlântico atravése um grande estuário, ao norte da cidade de Bordeaux.
Nessa região, onde a vegetação exuberante é recortada por esse rio de águas geladas, límpidas e rasas, um dos passeios mais comuns é o de canoagem. Esse meio de transporte permite que as margens do rio sejam admiradas com mais tempo, à medida em que a canoa vai descendo as águas tranquilas. Fizemos esse passeio por um trajeto de 5 quilômetros, o que foi um momento ímpar nas nossas férias. Gerd e Lou ficaram descansando em um dos carros (pois o vinho pegou bem...) e os outros quatro casais alugaram quatro botes para descer o rio. Foi uma aventura indescritível...

Lascaux. A França pré-histórica

A gruta de Lascaux II, que tivemos o previlégio de visitar e conhecer, é o mais famoso dos sítios pré-históricos da Europa. Quatro meninos e seu cachorro , Robot, encontraram as cavernas e suas deslumbrantes pinturas paleolíticas em 1940. A importância da descoberta foi logo reconhecida. Lascaux está fechada ao público desde 1963, devido ao perigo da deterioração, mas uma cópia exata , conhecida como Lascaux II, foi criada a uma distância de poucos minutos a pé, na encosta da colina. Alces, bisões, touros e cavalos cobrem as paredes, circundados por flechas e símbolos geométricos com provável significado ritualístico. Essas pinturas rupestres, na região de Périgord, estão entre as melhores do mundo. São figuras muito bem conservadas que datam de 16.000 a 14.000 a.C. Nesta mesma região, em Dordogne, foi descoberto um crâneo em Cro-Magnon, com cerca de 25.000 anos a.C., e que hoje é conhecido como o Homem de Cro-Magnon (alto, robusto, e tinha cabeça grande - não muito diferente de nós.

A região toda de Périgord possui uma das concentrações mais densas de locais pré-históricos existentes no mundo. Ali visitamos, também, o Museu Nacional da Pré-história, uma nova e moderna construção no pé de um castelo do século XVI. Quadros cronológicos e outras apresentações ajudam a contextualizar o vasto acervo de obras pré-históricas. Ali tomamos um banho de novos e importantes conhecimentos.

Almoço inesquecível

Na cidade medieval de Carcassone, já descrita em post anterior,

tivemos a oportunidade de almoçar em um restaurante sugerido pelo Guia Michelin. Trata-se do "Le Parc", de Franck Putelat, um restaurante de padrão internacional. Foi uma tarde espetacular, em que saboreamos pratos deliciosos

ao ar livre, no deck do restaurante. A harmonização gastronômica foi maravilhosa. As fotos dizem mais que quaisquer palavras...

Les Maillets

A segunda casa que serviu como nossa residência na França, fica na localidade chamada Riocaud, próximo a Saint-Foy-la-Grande, às margens do rio Dordogne. Essa casa vai deixar saudades, pois tivemos muito conforto e muitas alegrias ao passar uma semana curtindo as férias entre verdadeiros amigos.

Les Maillets é uma fazenda rural auto-suficiente de férias, situado nas margens do rio Dordogne, Lot et Garonne e Dordogne, na França. O sítio está situado entre vinhas com vistas deslumbrantes sobre paisagem circundante, principalmente videiras.

Les Maillets é uma casa em pedra totalmente restaurada com uma grande piscina privada, situadas entre jardins, prados e bosques de cinco hectares.
Tudo foi restaurado, confortavelmente mobiliado e equipado com tudo que é necessário para tornar as férias uma experiência agradável e relaxante.
A quinta possui 6 quartos, 4 quartos en-suite, casa de banho, cozinha grande e acomoda confortavelmente 12 pessoas.
Les Maillets é uma base ideal para explorar as vistas e os produtos da região por estar situada perto de alguns dos vinhedos mais famosos e perto das áreas vinícolas de maior crescimento no mundo.

Os vinhos franceses

A França é um país em que o vinho está inserido no cotidiano de seu povo, o vinho é um trunfo de seu povo, motivo de orgulho e prestigio internacional. Seus vinhedos são a expressão máxima de qualidade, onde o terroir é gritante e fundamental. Os diferentes tipos de vinhos em pequenos espaços de terrenos, são marcantes.
Existem na França vinhos excepcionais e também grandes vinhos que devem ser bebidos sem grandes preocupações. A primeira preocupação de um enófilo que está prestes a conhecer os vinhos da França é saber diferenciar os vinhos, já que existem dezenas de denominações de origem e comunas com nomes de vinhedos.
Apreciadores de bons vinhos que somos, foi justamente para conhecer na prática bons vinhos franceses, que viajamos no intuito de encontrar alguns que conhecíamos apenas por informação. E as surpresas foram enormes, tanto por algumas poucas decepções, mas muito mais pela maioria de vinhos estupendos que degustamos.
Além de apreciar bons exemplares de diversas vinícolas, pudemos observar o quanto é importante a noção do terroir francês. O conceito de terroir é uma particularidade francesa que dá a seus vinhos personalidade, de acordo com as uvas utilizadas, os terrenos onde foram cultivadas, o microclima da região, a experiência dos viticultores e ainda a qualidade da cave ou dos barris. O terroir é, além disso, um conceito cultural, ligado às comunidades locais, que vivem do cultivo e culto ao vinho.

Nas fotos, exemplares que degustamos com muito carinho...

De volta ao solo brasileiro

Mas o terroir que circula em nossas mentes ainda é francês... Todos fizemos boas viagens de retorno ao nosso país, e certamente Gerd e Lou também chegaram bem na Alemanha, onde continuam seu passeio. Estamos todos ainda impregnados das mil e uma novidades que tomamos conhecimento nas nossas férias francesas. E, para cumprir o que prometemos, frequentemente atualizaremos este blog com novas fotos e comentários a respeito desse tour inesquecível.

Um passeio muito interessante que fizemos foi até a cidade de Perpignan, bem ao sul do país e às margens do mar Mediterrâneo. Foi um percurso muito bonito, entre penhascos às vezes até assustadores, e que culminou com a vista do mar. Ali fizemos belos passeios a pé, degustamos uma excelente refeição e tomamos belíssimos vinhos.
A culinária, linguagem e cultura de Perpignan são recheadas de tradições regionais que invadem a fronteira espanhola. Isso se mistura à cultura e nacionalidade francesas (é parte da França desde 1659), às palmeiras e à população significativa de norte-africanos e ciganos e dá origem a uma cidade com características únicas. Mas apesar das ligações catalãs, Perpignan ainda esbanja esplendor gaulês. Retornamos para a nossa residência temporária quando já o sol começava a se esconder...

Ainda sem internet

Voltamos a acessar a internet numa filial do McDonalds em Saint-Foy-la-Grande, cidadezinha perto de onde estamos morando. Apenas para dizer que a viagem continua muito interessante, com aprendizado enorme sobre história, geografia, culinária, vinhos... Teremos muito assunto para inserir neste blog nos próximos dias, quando estivermos de volta do Brasil. O regresso inicia amanhã, com o roteiro Toulouse - Paris - Rio de Janeiro - Curitiba. Abraços a todos.

Pit stop

Amigos e familiares, estamos sem sinal de internet na nossa nova residência, para onde nos mudamos no sábado (29). Infelizmente não poderemos atualizar com a frequência desejada essa blog. No momento estamos conectados via McDonalds, especialmente para dar um recado a respeito desse problema. De qualquer forma, informaremos tudo sobre a nossa viagem mesmo após a chegada no Brasil. Abraços a todos!

O caminho para Andorra

Aproveitando que estávamos próximos a Andorra, resolvemos chegar até a capital do pequeno país, cujo caminho é montanhoso e revela belas paisagens no trajeto. No caminho bateu a fome, e fizemos então um gostoso pique-nique à beira da estrada. Rolou muita brincadeira, rimos à vontade e depois seguimos adiante.

Andorra é um pequeno país europeu localizado num enclave nos Pireneus entre o nordeste da Espanha e o sudoeste da França. Antes isolado, o principado é hoje um país próspero principalmente devido ao crescimento do turismo e por seu status de paraíso fiscal. Atualmente, a população andorrana está listada como tendo a maior expectativa de vida do mundo, com média de 83,52 anos (2007).
O principado é o único país do mundo cuja única língua oficial é o catalão[8], embora represente apenas 0,22% do total de catalanófonos da Europa. No seu território também são falados o castelhano, o português e o francês, nesta ordem de números de falantes. Andorra também o sexto menor país da Europa, maior apenas que Malta, Liechtenstein, São Marinho, Mônaco e Vaticano.

Foi um passeio muito interessante, no qual tivemos facilidade em encontrar pessoas falando nosso idioma, o que facilitou a efetuação de compras...

O Canal do Midi

Estávamos retornando para nossa casa após mais um passeio nas imediacões de Carcassone, quando resolvemos passar pela cidade de Castelnaudry. Esta cidade, conhecida pelo seu prato mais famoso (o cassoulet) é cortada pelo Canal do Midi. Servindo como a ligação natural de comunicação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, o canal do Midi, também chamado de Canal dos dois Mares, com 240 km de extensão, possui 64 eclusas, 55 aquedutos, 7 pontes-canal e 126 pontes em arco. É uma obra magnífica, tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO e que permite descobrir os vinhedos e as pequenas cidades do Midi.

Coincidentemente, quando estávamos às margens do canal, um barco veio em nossa direção e nos ofereceu a oportunidade de acompanhar, na prática, o funcionamento de uma das eclusas dessa via fluvial. Foi um momento ímpar, pois nunca tínhamos visto antes o que já se sabia por outros meios, mas ao vivo a impressão é sempre melhor.